Se pararmos e prestarmos um pouco de atenção, a pergunta : “Quando você iniciou (ou iniciará) sua carreira na área de Tecnologia” está quase sempre presente nas conversas de profissionais e/ou estudantes da área de TI, além de fazer parte de muitas mini-biografias.

É muito comum escutarmos ou lermos: “profissional com 10 anos de mercado”, ou , “sou da turma 1998 da Universidade”. De alguma forma essas frases são utilizadas para demonstrar experiência de mercado e, quase sempre, iniciam a contagem um dia apoś a formatura (ou conclusão) do curso de Tecnologia.

Sendo assim, o recebimento do certificado de conclusão de um curso , seja ele, de nível Técnico, Tecnólogo, Bacharel, Engenharia, sempre representou a conclusão de uma etapa de formação e o início (ou tentativa de iniciar) uma carreira profissional.

Esse comportamente é passado de geração para geração, ou melhor, de turmas em turmas nas instituições de ensino, inclusive na qual fiz parte, turma de Processamento de Dados de 2000.

No mundo atual, essa forma de pensar está ficando cada vez mais desalinhada com o mercado e as demandas das empresas durante os processos de recrutamento. Provavelmente já estava em 2000. Tenho realizado muitas palestras e trabalhos com jovens estudantes que estão no processo de formação, e vejo que as dúvidas e ansiedades continuam as mesmas, por exemplo: Como me destacar em um processo seletivo ? ; Quais tecnologias estudar para me preparar para o mercado ? ; Como me espcializar em alguma tecnologia ? ; entre outras dúvidas.

Esse momento gera uma certa frustração por parte dos alunos que entendem um alto grau de exigência por parte das empresas do mercado para o preenchimento de vagas nos níveis de estágio ou de trainee. É muito comum ouvir dos alunos: “ O mercado exige alguem fluente, que tenha experiência em tecnologias para uma vaga de estágio (ou trainee)”. “Sou estudante e o estágio é uma oportunidade para iniciar minha carreira profissional”

Sem dúvida esse é um momento difícil de transição, de incertezas, com alto nível ansiedade e um desejo enorme de inovar e atuar em projetos.

De uma forma geral, as empresas não buscam profissionais, para uma vaga de estágio ou de analista junior, que sejam fluentes em inglês, com muitas certificações e experiência em determinada tecnologia. Sem dúvida isso é um excelente diferencial, mas a busca é por jovens profissionais que possuam maturidade para se auto-desenvolver profissionalmente, de aprender, e que demonstrem ter iniciado isso durante os cursos de graduação.

Por isso, cada vez mais a participação em comunidades Open Source se torna importante para todos os profissionais, principalmente jovens que estão em um período de formação. Nas comunidades Open Source todos podem contribuir de diversas formas diferentes, além de terem contato com equipes e pessoas de todo o mundo. Além disso, todas as comunidades seguem processos de comunicação, desenvolvimento, testes e de criação de releases, o que proporciona para todos os contribuidores não somente uma experiência na tecnologia, como nos processos do dia-a-dia de uma empresa de TI.

Mesmo alunos de TI (ou profissionais) que não possuem conhecimentos avançados em desenvolvimentos, ou nas tecnologias, podem contribuir em grupos como, por exemplo: de embaixadores, de tradutores de documentação (inglês-português), testes, etc.

No artigo anterior post apresentei um passo-a-passo de como se cadastrar na comunidade Fedora e se tornar um contribuidor.

A área de tecnologia sempre foi reconhecida por exigir grande capacidade de atualização de conhecimentos por parte profissionais que nela atuam. Nos últimos anos têm se tornado um desafio cada vez maior para um profissional do mercado TI se manter atualizado. Podemos destacar que os novos meios de comunicação, a quebra das barreiras geográficas e equipes globalizadas trabalhando em conjunto e, principalmente, o trabalho colaborativo no desenvolvimento de novas tecnologias através de comunidades Open Source, são alguns dos fatores